sexta-feira, 11 de junho de 2010

Concorrência sentimental

Concorrência sentimental

O crescente mercado do amor evangélico no Brasil atrai até multinacionais. Caso do recém-chegado Divino Amor, que lançou um site de encontros especializado neste público em novembro do 2009. Ligado ao grupo francês Meetic, empresa de capital aberto com ações na Bolsa de Valores e tudo, o site já opera em 22 países. Donos de outro site de relacionamento aqui no Brasil, o Par Perfeito, o grupo descobriu o filão evangélico por funcionários que professam a religião. “Possuímos 21 milhões de clientes no Par Perfeito, sendo que oito por cento deles se identificam como evangélicos”, explica o presidente da corporação para América Latina, Claudio Gandelman. O objetivo do grupo é ambicioso: atrair 500 mil usuários para o Divino Amor já no primeiro ano.

“Notamos que muitos evangélicos acabam frequentando somente sua congregação e não conhecem pessoas de outras igrejas ou mesmo de outras localidades. Podemos ajudar muito neste sentido, pois cobrimos as 30 principais igrejas evangélicas brasileiras”, explica Gandelman. Os três sites concorrem pelo mesmo tipo de público, ou clientela, como se preferir. São pessoas com a evangélica Nathália, que estava sozinha havia quatro meses quando se deparou com André. A estudante afirma que, como muitas mulheres evangélicas, via dificuldade em identificar rapazes comprometidos com o Evangelho. Além disso, como crente atuante em sua denominação – ela atua com discipulado, orientando outras moças na vida espiritual –, normalmente não sobrava tempo para procurar sua cara-metade entre os irmãos. Afinal, todo crente aprende, desde a Escola Dominical Infantil, que igreja é lugar de adoração a Deus. “É difícil conhecer alguém interessante”, admite. “Olhar para o lado é fácil, mas parar, conversar e conhecer a pessoa é realmente complicado quando se está muito envolvido com a obra do Senhor”.

A experiência da estudante Nathália é a de muitas mulheres solteiras, viúvas ou divorciadas espalhadas pelas igrejas brasileiras. E o futuro não parece muito promissor para o sexo feminino, dentro ou fora dos arraiais protestantes. Segundo a Síntese de Indicadores Sociais, realizada em 2007, a população brasileira era de 187 milhões de habitantes. Desse total, cerca de 96 milhões eram mulheres – ou seja, o chamado sexo frágil leva uma vantagem numérica da ordem de cinco milhões de pessoas. Ainda segundo a pesquisa, o aumento da proporção de mulheres em relação a homens é uma tendência demográfica no Brasil – ou seja, a cada nova pesquisa, os resultados mostram que a população feminina tem aumentado cada vez mais em relação à masculina. Essa tendência, é claro, se reflete dentro da igreja, com o agravante de que as mulheres normalmente são muito mais sensíveis ao Evangelho do que os homens. Estima-se que, de cada dez evangélicos no Brasil, 6,9 são mulheres. Os estudos corroboram o que todo crente sabe: há muito mais mulheres nos templos do que homens.

Sozinha – ou single, com preferem alguns – há cinco anos e há três usando sites de relacionamento evangélicos, a fisioterapeuta Silvani Rodrigues Souza, 39 anos, frequenta a Igreja Batista de Diadema (SP), onde não há um ministério específico para solteiros. “A alternativa é usar os sites”. Por isso mesmo, ela frequenta várias páginas do gênero. Com milhares de disponíveis desfilando por sua tela, Silvani até conheceu dois homens através do site Combine – serviço do portal Ig que não tem orientação religiosa –, mas, criteriosa, não se identificou com eles após a troca das primeiras mensagens. Preferiu apresentá-los a duas amigas, e um dos casais que se formou está às portas do matrimônio. Já ela continua à espera de um companheiro ideal, mas deixa claro que não se sente pressionada por sua solteirice e que jamais abrirá mão de seus valores em troca de um casamento.


fonte:http://noticias.gospelmais.com.br

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